The process of falling in love is always the same: I’m never expecting it when, suddenly, I hear a song that touches me in a surprising way and makes me want to listen to it over and over, day after day, for at least two weeks. This has happened with hundreds of songs in the same way, and I imagine it’s not just me; all of us, at some point, have been caught by this unpredictable feeling.
Usually, the melody grabs me first, and the lyrics determine whether that song will somehow change my life. My Achilles’ heel is poetry. So, when I read those feelings written down while listening to a melody that sets the tone for them, I get involved, and I feel like I leave the earth for a different space; it can be one of happiness and excitement, sadness, anger, gratitude, or serenity. Music transports me, guiding me, and for a few moments, I am not myself—I become a character experiencing everything being said through my headphones.
Thus, it’s difficult for me to choose a favorite song, as I’ve gone through this process of being transported many times, and all the songs I love the most have been with me for at least ten years. When I fall in love with a song, it stays with me for a long time, because I can’t be any other way; you know how you don’t choose who you feel a strong physical attraction to? That’s how I feel when I discover the perfect song again.
However, if I had to choose just one song to talk about today, it would be one with only four chords, but immense intensity for me, and I know I’ll never stop listening to it because it’s part of my life and has played during important moments in my journey. That song is "The Suburbs" by Arcade Fire.
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I like many songs by this band, but this was the first one I discovered. At the time, I was a teenager, and it brought me a mystical feeling when I heard it. "The Suburbs" has a melancholic tone, and so do the lyrics. It conveys a strong sense of melancholy but also of change, of accepting the reality that is sometimes dark, yet remaining strong and serene. The lyrics are nostalgic, talking about a memory—vivid and powerful—where the character struggles between feeling the nostalgia and letting go, acknowledging that the sentiment will eventually lose its significance. It’s a magnificent lyric, but my favorite part is:
‘’So can you understand? Why I want a daughter while I'm still young…
I wanna hold her hand, show her some beauty before this damage is done… But if it's too much to ask, if it's too much to ask, then send me a son.’’
Because I had a daughter while I was young; I had my daughter at 23. I wanted to be a mother—it was planned, it was desired—and it’s not that this song influenced me to become a mother early, but it captured how I felt as a young person seeing the world become increasingly complex. Undoubtedly, I have a very strong connection with it, because it has made sense at various moments in my life and continues to do so. It’s a timeless lyric and melody, and I’m sure that if the world ended today for some reason, "The Suburbs" would be the song playing in my mind.
O processo de apaixonamento é sempre o mesmo: eu nunca estou esperando, quando de repente ouço uma música que me toca de um jeito surpreendente e que me fará ouvi-la de novo e de novo, dia após dia, por pelo menos duas semanas. Isso já aconteceu com centenas de músicas, da mesma forma, e imagino que não seja só comigo, mas, todos nós, em algum momento, já fomos pegos por esse sentimento imprevisível.
Normalmente, a melodia me pega primeiro, e a letra é o que define se aquela música de alguma forma mudará a minha vida. Pois, meu calcanhar de aquiles é a poesia. Então quando eu leio aqueles sentimentos escritos ao mesmo tempo que ouço uma melodia que dá o tom para eles, eu me envolvo, e sinto que saio da terra para um espaço diferente; pode ser de felicidade e entusiasmo, de tristeza, de raiva, de agradecimento ou de serenidade. Porque a música me transporta, ela me leva como um guia, e por alguns momentos, não sou eu, sou uma personagem que está vivenciando tudo o que está sendo dito através dos meus fones de ouvido.
Sendo assim, é difícil para mim escolher uma música favorita, pois diversas vezes passei por esse processo de ser transportada e todas as músicas que mais gosto eu as ouço a pelo menos mais de dez anos. Quando eu me apaixono, elas permanecem comigo por muito tempo, porque não consigo ser diferente; sabe quando você não escolhe por quem sente uma forte atração física? É assim que me sinto quando descubro a música perfeita outra vez.
Porém, se fosse para eu escolher hoje falar apenas de uma, seria uma que possui só 4 acordes, mas que para mim tem uma intensidade imensa, e sei que nunca deixarei de ouvi-la, porque faz parte da minha vida, e tocou em momentos importantes da minha jornada. Essa canção é: The Suburbs do Arcade Fire.
Eu gosto de muitas músicas dessa banda, mas essa foi a primeira que conheci. Na época, eu era adolescente, e me trouxe uma sensação mística no momento em que ouvi. The Suburbs tem um tom melancólico, assim como a letra, ela me passa uma forte sensação de melancolia, porém de mudança, de aceitar a realidade que às vezes é sombria, mas ser forte e sereno ainda assim. A letra é nostálgica, fala de uma lembrança, uma lembrança forte e viva, em que a personagem luta entre se deixar sentir a nostalgia, e se libertar assumindo que aquele sentimento deixará de ter tanto significado. É uma letra magnífica, mas minha parte favorita é:
''So can you understand? Why I want a daughter while I'm still young…
I wanna hold her hand, show her some beauty before this damage is done… But if it's too much to ask, if it's too much to ask, then send me a son.''
Porque eu tive uma filha enquanto jovem, eu tive minha filha aos 23 anos. E eu quis ser mãe, foi pensando, foi desejado, e não é que essa música tenha me influenciado a ser mãe cedo, mas ela traduziu como eu me sentia enquanto jovem e vendo o mundo ficar cada vez mais complexo. Sem dúvida possuo uma relação muito forte com ela, porque é uma música que fez sentido em vários momentos da minha vida e que continua fazendo, é uma letra e melodia atemporal, e tenho certeza que se o mundo acabasse hoje por algum motivo, seria The Suburbs que estaria tocando em minha mente.