English Version
The purpose of this text is merely to record and attempt to express what I feel about the anguish of living with a type of limitation that to this day neither I, nor my family, friends, or professionals have identified what it is.
Image by Lubov Lisitsa from Pixabay
Socially, I have never managed to develop lasting and trusting friendships, and I don't usually talk about my emotions. I also don't usually get excited about what most people get excited about, such as achievements, financial success, career, leisure, etc. I have never planned anything at all; I live one day at a time.
Academically, I used to get good grades and be one of the best students, although I got distracted easily and had to study the same subject several times because I would forget what I had read at the beginning of the page when I got halfway through what I was reading. As far as objective questions were concerned, I always got good results, however, any subjective question or question with variables led me to half an answer or even the first possible answer, disregarding all the other variables that would lead me to a more plausible conclusion.
In my day-to-day life, it’s the same thing. I have a lazy mind and try to get rid of any problem that needs to be solved as quickly as possible. If the problem is a little more complex, my most likely decision is to simply ignore that the problem exists, although obviously the problem will still be there and may become even bigger with this type of attitude.
This led me to various types of escape, from abstraction to even giving up as the easiest way to get rid of any problem that I needed to solve. That’s how I quit half a dozen different jobs and didn’t mind getting fired from the others. And that’s how I dropped out of half a dozen degrees and courses that didn’t last more than one or two semesters.
During my childhood and adolescence, I just felt different, but when I reached adulthood I realized that there really was something wrong or something that would need treatment in order to lead a normal life. I started some therapy sessions, gave up shortly after, tried to go back to them a few times, but I never managed to make a decision. Just like so many others that needed to be taken and that I simply ignored.
Currently, I try to conform to what I consider a limitation without much expectation of overcoming it. Conformity has led me to run away less, but to give up more. And so, I continue to live with a scattered mind and often distressed for not resolving several situations that would require more attention and focus, which I feel like I never knew what that was.
Thanks for reading, see you next time!
Português (Brasil)
O objetivo deste texto é apenas servir como registro e tentativa de expressar o que sinto sobre a angústia de conviver com um tipo de limitação que até hoje nem eu mesmo, nem familiares, amigos, profissionais identificaram do que se trata.
Socialmente, nunca consegui desenvolver amizades duradouras e confidentes, não costumo falar das minhas emoções. Também não costumo me empolgar com o que a maioria das pessoas se empolga como conquistas, sucesso financeiro, carreira, lazer, etc. Nunca planejei absolutamente nada, vivo um dia após o outro.
Academicamente, costumava ter boas notas e ser um dos melhores alunos, apesar de me distrair facilmente e ter que estudar o mesmo assunto diversas vezes porque esquecia o que havia lido no início da página quando chegava na metade do que estava lendo. Enquanto se tratava de questões objetivos, sempre tive bons resultados, no entanto qualquer questão subjetiva ou com variáveis me levavam à meia resposta ou até mesmo a primeira resposta possível desconsiderando todas as outras variáveis que me fariam chegar a uma conclusão mais plausível.
No dia-a-dia, a mesma coisa, tenho a mente preguiçosa e tento me livrar o mais rápido possível de qualquer problema que precise ser resolvido. Caso o problema seja um pouco mais complexo, minha decisão mais provável é simplesmente ignorar que este problema existe, sendo que obviamente o problema seguirá lá e talvez se torne ainda maior com esse tipo de atitude.
Isso me levou a diversos tipos de fuga desde a abstração até mesmo desistência como a forma mais fácil de me livrar de qualquer problema que precisasse resolver. Foi assim que pedi demissão de meia dúzia de empregos diferentes e não me importei de ser demitido dos demais. E foi assim que desisti de meia dúzia de graduações e cursos que não duraram mais do que um ou dois semestres.
Durante minha infância e adolescência me sentia apenas diferente, mas quando cheguei na vida adulta percebi que realmente havia algo errado ou algo que necessitaria de tratamento para levar uma vida normal. Iniciei algumas sessões de terapia, desisti pouco tempo depois, ensaiei algumas vezes retomá-las, mas nunca tive sucesso em tomar uma decisão. Assim como tantas outras que necessitavam serem tomadas e que simplesmente ignorei.
Atualmente, tento me conformar com o que considero uma limitação sem muita expectativa de superá-la. O conformismo me levou a fugir menos, mas a desistir mais. E assim, sigo convivendo com uma mente dispersa e frequentemente angustiada por não resolver diversas situações que necessitariam de mais atenção e foco, que sinto que nunca soube o que é isso.
Muito obrigado pela leitura, até a próxima!
