História da ocupação do território do Rio Grande do Sul [EN/PT-BR]

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English Version

The history of the occupation of Rio Grande do Sul is a little different from the rest of the country, both because it was not originally a territory belonging to Brazil and because it was one of the last territories to be occupied.

Initially, Rio Grande do Sul was occupied by indigenous tribes of the Minuano, Charrua and Caaguara ethnic groups. As it was a difficult place to access and far from the urban centers of the colonies, the indigenous people remained in their homelands even with the arrival of Portuguese and Spanish colonizers on the continent.

The first settlements appeared in the Missões region, on the border with Argentina, from 1626 onwards, with the arrival of Jesuit priests who founded reductions that are considered the first organized settlements, in addition to the original indigenous occupation.

From 1640 onwards, the Spanish crossed the Uruguay River towards Argentina and returned in 1682 to found the Seven Towns known as São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga and Santo Ângelo Custódio.

With the indigenous workforce, the economy of Rio Grande do Sul began to develop with the production of yerba mate, leather extraction and cattle raising. To this day, this region maintains a population descended from the indigenous people, in addition to the Portuguese who would arrive later.

From the 18th century onwards, the Portuguese Crown began to invest more in the lands further south of Brazil. Before the Treaty of Madrid, an agreement that exchanged the Colony of Sacramento for the territory of Rio Grande do Sul, the Portuguese began to occupy the coast of Rio Grande do Sul around the road that connected Laguna to Sacramento.

During the 1700s, the coast of Rio Grande do Sul became a major route for cattle drivers heading to colonial Brazil. At that time, the lands were owned by the Crown and were distributed as sesmarias to prestigious individuals and military personnel.

Thus, the settlement of Tramandaí began in 1726, with the first sesmaria, Nossa Senhora da Conceição do Arroio, the current municipality of Osório, and Santo Antônio da Patrulha, a name that referred to the inspection for collecting taxes on products that passed through there.

Close to the coast and rich in pastures, the region known as Campos de Viamão stood out for cattle raising, leather extraction and, later, for the trade of wheat, dried fish, salted meat and cheese. The Capela Grande de Viamão, founded in 1741, became the central location for economic activity in the south and its connection with colonial Brazil through Laguna.

With the Treaty of Madrid in 1750, Portugal officially began to populate the rest of the territory of Rio Grande do Sul through the immigration of families from the Azores islands. The Azoreans began to arrive in 1752, settling in Rio Grande, Mostardas, São José do Norte, Taquari, Santo Amaro (Rio Pardo), Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Cachoeira do Sul and Conceição do Arroio (Osório).

These immigrants received land mainly for the production of wheat, thus supplying the colony and occupying the new territory in the extreme south of Brazil. A century later, with Brazil already independent from Portugal, the Brazilian empire began German immigration in 1824, which has just completed 100 years, in the region of the valleys where cities such as Santa Cruz do Sul, São Sebastião do Caí, Nova Petrópolis, São Leopoldo and Novo Hamburgo are located today.

Later, in 1875, Italian colonization began in the Serra Gaúcha, which gave rise to the cities of Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha and Veranópolis, regions that stood out for their grape and wine production, in addition to industrialization which, together with the German colonies, transformed Rio Grande do Sul into one of the richest and most modern regions in Brazil.


Português (Brasil)

A história da ocupação do Rio Grande do Sul é um pouco diferente do restante do país tanto porque originalmente não era um território pertencente ao Brasil como porque foi um dos últimos territórios a ser ocupado.

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Por Jhonatan Gomes Diniz - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, Hiperligação

Inicialmente, o Rio Grande do Sul era ocupado por tribos indígenas das etnias minuanos, charruas e caaguaras. Como era um local de difícil acesso e distante dos centros urbanos das colônias, os indígenas permaneceram em suas terras de origem mesmo com a chegada dos colonizadores portugueses e espanhóis no continente.

Os primeiros povoados surgiram na região das Missões, na fronteira com a Argentina, a partir de 1626 com a chegada de padres jesuítas que fundaram reduções que são considerados os primeiros povoamentos organizados, além da ocupação indígena original.

A partir de 1640, os espanhóis cruzam o rio Uruguai, em direção à Argentina, e retornam em 1682 para fundar os Sete Povos conhecidos como São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio.

Com a mão-de-obra indígena, a economia do Rio Grande do Sul começou a se desenvolver com a produção de erva-mate, extração de couro e criação de gado. Até hoje, esta região mantém uma população descendente dos indígenas, além dos portugueses que chegariam mais tarde.

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Boletim Gaúcho de Geografia

A partir do século XVIII, a Coroa Portuguesa passa a investir mais nas terras mais ao sul do Brasil. Antes do Tratado de Madri, acordo que trocou a Colônia de Sacramento pelo território do Rio Grande do Sul, os portugueses passaram a ocupar o litoral gaúcho no entorno da estrada que ligava Laguna a Sacramento.

Ao longo dos anos 1700, o litoral do Rio Grande do Sul passou a ser uma grande rota para o movimento de tropeiros em direção ao Brasil colonial. Nesta época, as terras eram de propriedade do Coroa e eram distribuídas como sesmarias a pessoas de prestígio e militares.

Assim, começou o povoamento de Tramandaí, em 1726, a primeira sesmaria, de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, atual município de Osório e de Santo Antônio da Patrulha, nome que fazia referência à fiscalização para cobrança de impostos dos produtos que passavam por ali.

Próxima do litoral e rica em pastagens, a região conhecida como Campos de Viamão se destacou na criação gado, extração de couro e, mais tarde, no comércio de trigo, peixe seco, carne salgada e queijos. A Capela Grande de Viamão, fundada em 1741, passou a ser o local central da atividade econômica do sul e sua ligação com o Brasil colonial através de Laguna.

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Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul

Com o Tratado de Madri, em 1750, Portugal passa a povoar, oficialmente, o restante do território do Rio Grande do Sul através da imigração de famílias das ilhas de Açores. Os açorianos começam a chegar a partir de 1752, fixando-se em Rio Grande, Mostardas, São José do Norte, Taquari, Santo Amaro (Rio Pardo), Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Cachoeira do Sul e Conceição do Arroio (Osório).

Esses imigrantes receberam terras, principalmente, para a produção de trigo e, assim, abastecer a colônia e ocupar o novo território no extremo sul do Brasil. Um século depois, com o Brasil já independente de Portugal, o império brasileiro inicia a imigração alemã, em 1824, que acaba de completar 100 anos, na região dos vales onde se localizam hoje cidades como Santa Cruz do Sul, São Sebastião do Caí, Nova Petrópolis, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Mais tarde, em 1875, tem início a colonização italiana na serra gaúcha, que dá origem às cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha e Veranópolis, regiões que se destacaram pela produção de uva e vinho, além da industrialização que, juntamente com as colônias alemãs, transformam o Rio Grande do Sul em uma das regiões mais ricas e modernas do Brasil.

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