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Art has the ability to engage, inspire, and challenge us in all its forms. But does it necessarily need to have meaning? I’ve encountered this question during my Interior Design courses, in art history classes, and have heard it come up often at exhibitions.
From the earliest cave scribbles to the skyscrapers that shape our cities, art has always been a form of human expression. But it hasn’t always been about meaning. Sometimes, it’s just about the simple act of creation. We have this tendency to want everything to hold deep meaning, but not every message is profound. Art can exist without constraints, without the obligation to be deciphered like a puzzle.
As a journalist, I live in a world where words carry weight, where everything needs to make sense and convey something clear. Every paragraph I write is carefully crafted to inform, provoke, or report an event. However, even in this precise space, there is room for art that doesn’t need to justify its existence. Think of a lighthearted chronicle, a story you read over breakfast that makes you smile without requiring a moral at the end. That is art too.
Life teaches us to search for meaning in everything. When we walk into a decorated space, for instance, the composition, colors, and furniture often seem to tell a story. As both a journalist and an interior designer, I know how important that can be. But there are also moments when a space simply needs to feel welcoming. It doesn’t need to "say something" but just exist in a way that brings comfort. There is a unique kind of beauty in that—a beauty that doesn’t depend on narrative.
Similarly, there are songs I listen to simply because they make me feel good—or evoke a specific emotion I want to feel in that moment. They don’t spark deep reflections or connect me to specific memories; they are just rhythms and melodies that make me move or relax. The same happens with movies I watch purely for the pleasure of turning off my brain and diving into another reality. That’s why I love simple films, the kind I can watch without needing a notebook beside me to jot down wild theories about the plot. It’s not always—or almost never—that I want to decipher symbols or analyze the director’s intentions. Sometimes, I just want to laugh or feel moved.
I wonder if this relentless search for meaning doesn’t overwhelm us. Art is often an escape. Not everything needs to be transformed into a transcendent experience. Some of the best works are those that simply are.
Abstraction has its place, and perhaps that’s the most fascinating aspect: art without an explicit purpose gives us freedom. The freedom to interpret it as we wish, to feel it without being compelled to explain it.
And then comes a paradox I absolutely love! When art has no intention, it often gains multiple interpretations.
There are also moments when the “pointlessness” of art is what makes it so impactful. Who hasn’t looked at an abstract artwork and felt challenged by it? Something as simple as splashes of paint on a canvas can evoke emotions and thoughts we didn’t even know we had. That fascinates me because it shows that sometimes the absence of purpose is what allows us to create our own meaning. Perhaps the true power of art lies precisely in this: it’s a mirror reflecting what we carry inside us.
In photography, for example, a captured moment may hold no significance beyond visual pleasure. An intriguing shadow, the texture of a worn wall, or light reflecting on water—these are small things that don’t tell grand stories but still make us pause, look, and admire.
Maybe the problem lies in our tendency to want to justify everything. We live in a world that demands productivity, results, and clear intentions. Even art seems to have fallen into this trap. But the truth is, art owes nothing to anyone. It doesn’t need to have a function; it doesn’t need to teach us something or brighten our day.
I don’t think there’s an answer to the question of whether art needs to have meaning. And that’s okay. That’s exactly what makes it so beautiful.
All the content, pics and editions are of my authorship.
Written in PT-BR. Translated to EN-US using ChatGPT.
Cover: created by Canva.
A arte tem a capacidade de nos envolver, inspirar e desafiar, em todas as suas formas. Mas será que, necessariamente, ela precisa ter um significado? Já passei por esse questionamento durante aulas quando eu cursava Design de Interiores, em aulas de história da arte, e já ouvi muito sobre isso em algumas exposições.
Desde os primeiros rabiscos nas cavernas até os arranha-céus que vemos nas cidades, a arte foi e é uma forma de expressão humana. Mas nem sempre isso é sobre significado. Às vezes, é apenas sobre o simples ato de criar. Nós temos a mania de querer que tudo tenha um significado profundo, mas nem sempre uma mensagem é profunda. A arte pode existir sem amarras, sem a obrigação de ser decifrada como um enigma.
Como jornalista, vivo em um universo onde as palavras tem peso, onde tudo precisa fazer sentido e transmitir algo claro. Cada parágrafo que escrevo é pensado para informar, provocar ou relatar um acontecimento. Porém, mesmo nesse espaço de precisão, há espaço para uma arte que não precisa justificar sua existência. Pense em uma crônica leve, uma história que você lê no café da manhã e te arranca um sorriso sem que seja necessária uma lição de moral ao final. Isso também é arte.
A vida nos ensina a buscar significado em tudo. Quando entramos em um ambiente decorado, por exemplo, a composição, as cores e os móveis parecem contar uma história. Além de jornalista, eu também sou designer de interiores e sei o quanto isso é importante. Mas, ao mesmo tempo, há momentos em que o espaço simplesmente precisa acolher. Ele não precisa "dizer algo", mas apenas existir de forma a trazer conforto. Existe um tipo de beleza nisso, uma beleza que não depende de narrativa.
Da mesma forma, há músicas que ouço apenas porque me fazem sentir bem. Ou sentir algum outro sentimento que eu queria sentir ali, naquele momento. Elas não despertam reflexões profundas nem me conectam a memórias específicas; são apenas ritmos, melodias que me fazem mover o corpo ou relaxar. O mesmo acontece com filmes que vejo pelo puro prazer de desligar a mente e mergulhar em outra realidade. É por isso que eu amo tanto filmes rasos, que apenas assisto sem ter que ficar com um caderninho ao lado fazendo anotações pra tentar descobrir as teorias mirabolantes do roteiro. Não é sempre - na verdade, é quase nunca - que quero decifrar simbolismos ou entender as intenções do diretor. Às vezes, quero apenas rir, me emocionar.
Eu me pergunto se essa busca incessante por significado não nos sobrecarrega. A arte, muitas vezes, é uma fuga. Nem tudo precisa ser transformado em uma experiência transcendental. Algumas das melhores obras são aquelas que simplesmente são.
A abstração tem seu lugar, e talvez esse seja o ponto mais fascinante: a arte sem propósito explícito nos dá liberdade. Liberdade para interpretá-la como quisermos, para senti-la sem sermos obrigados a explicá-la.
E aí, surge um paradoxo que eu amo! Quando a arte não tem intenção, ela acaba ganhando interpretações múltiplas.
Também há momentos em que o “sem sentido” é o que faz a arte ser tão impactante. Quem nunca viu uma obra de arte abstrata e se sentiu provocado? Algo tão simples quanto manchas de tinta em uma tela pode despertar emoções e pensamentos que nem sabíamos que tínhamos. Isso me fascina, porque mostra que, às vezes, a ausência de um propósito é o que dá espaço para que criemos nosso próprio significado. Talvez o verdadeiro poder da arte esteja justamente nisso: ela é um espelho para o que carregamos dentro de nós.
Na fotografia, por exemplo, um momento capturado pode não significar nada além do prazer visual. Uma sombra interessante, a textura de uma parede desgastada ou a luz refletida na água – são pequenas coisas que não contam histórias grandiosas, mas ainda assim nos fazem pausar, olhar e admirar.
Talvez o problema esteja na nossa tendência de querer justificar tudo. Vivemos em um mundo que demanda produtividade, resultados e intenções claras. Até mesmo a arte parece ter caído nessa armadilha. Mas a verdade é que a arte não deve nada a ninguém. Ela não precisa ter uma função, não precisa nos ensinar algo ou melhorar nosso dia.
Não acho que exista uma resposta para a pergunta se a arte precisa ter significado. E tá tudo bem. É isso que a torna tão bela.
Todo o conteúdo, imagens e edições são de minha autoria.
Escrito em PT-BR. Traduzido para EN-US usando o ChatGPT.
Capa: criada com Canva.