! [BR ]Antes de mais nada, acho que devo pedir desculpas à pessoa que está fazendo essa iniciativa, porque o tema da semana passada é agora que me atrevo a falar sobre isso. Então, @ericvancewalton, me desculpe pelo atraso, eu realmente gosto da sua ideia, eu até acabei de ver isso sobre a criação de um lindo livro de memórias, mas por enquanto tem que ser apenas uma ideia para mim $99 é algo que eu não posso gastar, mesmo que o resultado valha mais do que isso.
Quando vi o tópico da semana passada, não pude deixar de chorar porque é algo bastante delicado para mim, onde até agora foram os anos em que senti mais dor, mais medo que tive que passar e onde comecei a desmoronar.
Se falarmos de covid, para mim é sinônimo de más lembranças, se falarmos de sentir falta de algo ou alguém antes da pandemia, caramba, seria de chorar, porque realmente sinto falta de não ter enfrentado a morte de frente.
2020 foi o ano do desafio no meu país, porque foi quando a pandemia chegou oficialmente, e quando tive que enfrentar a morte e até a própria loucura de várias maneiras.
A verdade é que não me atrevo a dar muitos detalhes e talvez isso não seja importante para muitos, mas se eu pudesse voltar no tempo para aqueles anos, eu não teria estado naquele quarto e esperado minha avó desaparecer lentamente atrás de mim. Não sei se já mencionei isso antes em outras publicações, mas eu ainda não estava preparado para fazer companhia a alguém que está esperando a morte, que é algo que faz parte dos meus maiores horrores, fobias e terrores.
Por isso, sinto falta de não ter conhecido a morte tão de perto naquele dia, mas o terror não parou por aí, não bastava apenas ver uma pessoa morrer, mas sentir a sensação de que a qualquer momento eu seria a próxima por exatos 6 meses onde eu tinha medo até da luz, do silêncio, do barulho, da escuridão, das batidas do meu coração, do fato de ouvir meu corpo pela primeira vez esperando a menor coisa estranha para achar que era o meu fim.
Sinto falta de não ter sentido aquele psicoterror do qual fui praticamente salvo graças à minha mãe, que depois caiu na cama porque eu a atingi com o covid e ela ficou muito pior do que eu por causa de seu frágil estado de saúde.
Será que vou perder minha mãe? era algo que eu não estava disposto a me perguntar na época, e só aquela força que ela me injetava quando cuidava de mim, eu fazia o mesmo por ela, nós sobrevivemos, mas eu sentiria falta de não ter passado por isso.
Sentiria falta dos dias em que acordava sem ter que assistir ao noticiário e saber da quantidade absurda de pessoas morrendo, incluindo pessoas que eu conhecia e das quais era próxima.
Sentiria falta de não ter perdido meu avô para a covid e de reviver o que é estar perto da morte, experimentando isso por vários dias quando meu parceiro estava fazendo uma massagem cardíaca nele e eu estava medindo os pulsos em seu braço enquanto minhas lágrimas escorriam pelo meu rosto.
De alguma forma, eu gostaria de esquecer tudo isso, fingir que a Covid nunca existiu e que a morte dessas pessoas próximas a mim não foi traumática, não deixou marcas indeléveis em mim.
Quando escrevi Letters from The Sky, Pensei que não seria capaz de continuar com o desafio de 31 dias escrevendo contos, mas acho que me enganei, porque a verdade é que ainda me dói muito, porque quando o escrevi, e embora não tenha nada a ver com covid, tive que me transportar para um dos momentos mais importantes, mas mais dolorosos da minha vida e foram justamente esses, a pandemia, o que tive que passar, os efeitos negativos que ainda estão em mim e o fato de não me lembrar que existe antes daqueles dias tristes.
Eu realmente gostaria de dizer que sinto falta dos meus amigos, das pessoas que se foram, mas, falando sério, sinto falta de não ser quem eu sou hoje como causa/efeito da Covid.
First of all I think I must apologize to the person who is doing this initiative, because the theme of last week is now that I dare to talk about it. So, @ericvancewalton I'm so sorry to be late, I really like your idea, I even just saw that about creating a beautiful memory book, but for now it has to be just an idea for me $99 is something I can't afford to spend even though the result will be worth more than that.
When I saw last week's topic I could not help crying because it is something quite delicate for me, where so far it has been the years that I have felt more pain, more fear I have had to go through and where I started to break down.
If we talk about covid, it is a synonym for me of bad memories, if we talk about missing something or someone before the pandemic, hell, it would be to cry, because I really miss not having met death head-on.
2020, was the year of challenge in my country, because it was when the pandemic officially arrived, and when I had to face death and even madness itself in several ways.
The truth is that I do not dare to give many details and perhaps it will be unimportant to many, but if I could go back in time to those years, I would not have been in that room and waited for my grandmother to slowly fade behind me. I don't know if I have mentioned it before in other publications, but I was not yet prepared to keep company to someone who is waiting for death, it is something that is part of my greatest horrors, phobias and terrors.
So I miss not having known death so closely that day, but the terror did not stop there, it was not enough just to see a person die, but to feel the sensation that at any moment I was going to be the next one for exactly 6 months where I was even afraid of light, silence, noise, darkness, the beating of my heart, the fact of hearing my body for the first time waiting for the slightest strange thing to think it was the end of me.
I miss not having felt that psychoterror from which I was practically saved thanks to my mother who later fell into bed because I hit her with the covid and she was much worse off than I was because of her fragile health condition.
Am I going to lose my mother? was something I wasn't willing to ask myself at the time, and just that strength that she injected me with when she took care of me, I did the same for her, we survived, but I would miss not having gone through that.
I would miss the days when I would wake up without having to watch the news and learn about the absurd amount of people dying including people I knew and was close to.
I would miss not having lost my grandfather to covid and reliving what it is like to be near death, experiencing it for several days when my partner was giving him a cardio massage and I was taking the pulses in his arm while my tears were streaming down my face.
Somehow I would like to forget all that, to pretend that the Covid never existed and that the deaths of these people close to me were not traumatic, did not leave indelible marks on me.
When I wrote Letters from The Sky, I thought that I would not be able to continue with the challenge of 31 days writing short stories, but I guess I was wrong, because the truth is that it still hurts me a lot, because when I wrote it, and although it has nothing to do with covid, I had to transport me to one of the most important but most painful moments in my life and they were just those, the pandemic, what I had to go through, the negative effects that are still in me and the fact of not remembering that there is before those sad days.
I would really like to say that I miss my friends, the people who are gone, but seriously, I miss not being who I am today as a cause/effect of Covid.
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