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Yesterday, I was finishing my shift at work, and already at the end of a long day, when in the last half hour of that same shift, instead of going to have a cup of tea on one of the balconies that exist in my workplace, I ended up reading a publication that I found very interesting from Tarazkp.
The publication deals with a topic that is particularly close to my heart and very relevant to the way I think and act in the face of certain facts of life.
When the idea that imperfection may have no place in a society that only greedily sips up what is perfectly created or generated, not at all approaching nature (which in my view is perfect), I think we're heading for a dark and even tenebrous future.
I'm now going to tell you about a philosophy of life that I consider to be very valid. This Japanese philosophy is based on accepting the IMPERFECT or the DEFECTIVE.
It is called Wabi-Sabi, which literally means stillness and simplicity. The philosophy is embedded in many aspects of Japanese life and everyday life. In the 15th century, an artisan movement arose in response to an almost philosophical need that arose when an important Japanese nobleman, the Shogun Ashikaga Yoshimasa, sent a ceramic piece to China for repair. When he received it back, he wasn't happy with the materials used (metal staples) and the attempt to disguise the joined parts. Japanese craftsmen then used a technique that was later called Kintsugi, which literally means ‘splicing with gold’, or Kintsukoroi ‘repaired with gold’. This technique uses a lacquer that is mixed with gold, silver or platinum powder and then used to join the pieces of the broken piece.
And as you can see, the philosophy behind it is acceptance of the imperfect or the flawed. Japanese aesthetics values individuality, the marks of wear and tear caused by use and time on the object itself. Cracks are emphasised and repaired as if they were simply a normal event in the object's life. The parallels with our own lives are more than assumed. The ‘non-importance’ of ‘non-attachment’ and the acceptance of fate and change as a normal and almost essential aspect of human life is more than valued and brought into the present.
Acceptance of the aesthetics of beauty that is the imperfect, and even that which is imperfect, not complete or asymmetrical or defective is one of the three hallmarks of the Buddhist religion (Anicca = impermanence; Dukka = suffering and Anatta = not-self).
When we realise that objects have been abruptly changed by a traumatic episode, which has led to a marked transformation in their shape, appearance and even functionality, it leads to those same pieces having a function again. Some of them can be used for other things that they wouldn't have been used for before, and others even take pride of place at the centre of some important ceremonies.
Our society has a lot to learn from the true essence of existence, the detachment from a reality of immediate consumption, in which an object has only one use and is discarded at the end of its function.
Let's look around us and allow our gaze to really question the importance and value of the things we think we need and can't do without? Should an existence and personal fulfilment only involve a real accumulation of things, so that the moment we have them in our possession, we immediately change our next goal?
I hope you enjoyed my reflection today. I would particularly like to thank Tarazkp for inspiring me to write this short text.
Cheers🍀
Ontem, estava eu a terminar o turno no meu trabalho, e já ao fim de um longo dia, quando na última meia hora desse mesmo turno, em vez de ir tomar um chá para uma das varandas que existem no meu local de trabalho, acabei por o tomar a ler uma publicação que eu achei muito interessante do Tarazkp.
A publicação versa sobre um tema que me é particularmente caro, e muito relevante para minha maneira de pensar e de agir perante alguns factos da vida.
Quando a ideia que a imperfeição pode não ter cabimento numa sociedade que apenas sorve com avidez o que é perfeitamente criado ou gerado, não se aproximando em nada de uma natureza (que no meu entender é perfeita), acho que caminhamos a passos largos para um futuro sombrio e mesmo tenebroso.
Vou agora falar-vos acerca de uma filosofia de vida que eu considero muito válida. Esta filosofia nipónica, tem como base a aceitação do IMPERFEITO ou do DEFEITUOSO.
A sua denominação é Wabi-Sabi, que significa literalmente quietude e simplicidade. A filosofia está embebida em vários aspetos da vida e do quotidiano japonês. No século XV houve um movimento artesão que surgiu, em resposta a uma necessidade quase filosófíca que surgiu quando um importante nobre japonês , o Xogum Ashikaga Yoshimasa, enviou uma peça de cerâmica para reparação para a China. Quando a recebeu de volta, não ficou contente com os materiais que foram usados (grampos metálicos) e com a tentativa de disfarçar as partes unidas. Os artesãos japoneses usaram então uma técnica, que foi posteriormente denominada de Kintsugi, que significa literalmente "emenda com ouro", ou Kintsukoroi "reparado com ouro". Nessa técnica é usada uma laca que é misturada com pó de ouro, prata ou platina para depois ser usada para juntar os pedaços da peça quebrada.
E como podem ver a filosofia que está por de trás é a aceitação do imperfeito ou do defeituoso. A estética japonesa valoriza a individualidade, as marcas de degaste causadas pelo uso e pelo tempo do objecto em si. As rachas são destacas e reparadas como simplesmente se tratasse de um evento normal na vida do objecto. O paralelismo para com a nossa própria vida é mais do que assumido. A "não importância" do "não apego" e a aceitação do destino e da mudança como um aspecto normal e quase essencial da vida humana é mais do que valorizado e trazido para o presente.
A aceitação da estética do belo que é o imperfeito, e memo o que é imperfeito, não completo ou assimétrico ou defeituoso é uma das três marcas da Religião Budista (Anicca = impermanência; Dukka = sofrimento e Anatta = não eu).
Ao termos a noção que os objectos por terem tido um modificação abrupta com um episódio traumático, que levou a uma marcada transformação da sua forma, do seu aspecto e mesmo da sua funcionalidade, leva a que essas mesmas peças voltem a ter uma função. Algumas delas podem ser usadas para outras coisas que não seriam anteriormente usadas, e outras até tomam um lugar de destaque no centro de algumas cerimónias importantes.
A nossa sociedade tem muito a aprender com a verdadeira essência da existência, o distanciamento para uma realidade de consumo imediato, em que um objecto tem apenas uma utilização, sendo descartado no fim da sua função.
Olhemos para o nosso redor, e deixemos que o nosso olhar questione de facto a importância e valor das coisas que achamos que precisamos e que não podemos dispensar? Será que uma existência, e uma realização pessoal deve apenas passar por um verdadeiro acumular de coisas, que no momento seguinte às termos na nossa posse, mudamos logo o nosso próximo objectivo?
Espero que tenham gostado desta minha reflexão de hoje. Quero agradecer em particular ao Tarazkp pela inspiração que me deu para poder escrever este pequeno texto.
Bem Hajam🍀
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