Money[PT]
Eles dizem que sem cultura uma pessoa não consegue evoluir enquanto ser humano (ainda que todo esse processo complexo de evolução seja algo indefinido e sempre constante). De fato, eu concordo com toda e qualquer pessoa que reproduz esse tipo de afirmação. No entanto, o acesso à cultura tem um preço, e no Brasil, atravessar essa porta (ou tentar abrir uma janela sequer), é um desafio cada vez mais complicado (em especial, para a parcela mais pobre aqui).
Vamos falar sobre exemplos práticos: Quando foi a última vez que você foi ao cinema, ao teatro, a um museu, ou para alguma apresentação musical? Para uma grande parte da população, uma das principais razões para isso não acontecer são os preços dos ingressos, que estão vertiginosamente cada vez mais caros. O sistema capitalista opressor está muito mais forte, esmagando as oportunidades das pessoas mais pobres em ter acesso ao que deveria ser sempre acessível.
Obviamente que o acesso existe, mas eu me refiro aqui ao preço que é preciso pagar para entrar em eventos específicos que demandam pagamentos de ingressos com valores que representam, muitas vezes, alguns tipos de regalias. Apesar do mundo capitalista ser livre para aplicar suas modalidades de preços (seguindo algumas supostas regras), o cenário cultural está se tornando em uma alternativa escassa para aqueles que infelizmente, não podem pagar para acessá-lo.
Eu não consigo entender como um país que deveria defender e assegurar esses direitos para a população (com o seu foco na parte mais pobre da sociedade) não interveem de maneira direta para tentar reformular esse setor. Se o setor cultural é uma base fundamental para o desenvolvimento de um país (e por consequência da sua nação), por que uma seletividade de classes ainda continua sendo uma realidade cada vez mais sufocante? Fica aqui o meu questionamento.
Não há dúvidas de que muitas coisas ainda precisam mudar para que os brasileiros tenham acesso à cultura de maneira efetiva. Não se resumindo apenas aos eventos gratuitos (que apesar de serem muito eficientes, quase sempre não tem a mesma magnitude de um evento pago), mas a toda e qualquer iniciativa que traga uma amplitude de conhecimentos e sensações. A essência de toda arte é ser plural, então, o acesso a ela deveria respeitar o mesmo tipo de alinhamento.
[EN]
They say that without culture a person cannot evolve as a human being (even though this entire complex process of evolution is something indefinite and always constant). In fact, I agree with anyone and everyone who makes this type of statement. However, access to culture has a price, and in Brazil, crossing this door (or trying to open even a window) is an increasingly complicated challenge (especially for the poorest population here).
Let's talk about practical examples: When was the last time you went to the cinema, the theater, a museum, or to a musical performance? For a large part of the population, one of the main reasons for this not happening is ticket prices, which are increasingly expensive. The oppressive capitalist system is much stronger, crushing the poorest people's opportunities to access what should always be accessible.
Obviously, the access exists, but I'm referring here to the price you have to pay to enter specific events that require ticket payments with values that often represent some types of perks. Although the capitalist world is free to apply its pricing methods (following some supposed rules), the cultural scene is becoming a scarce alternative for those who, unfortunately, cannot pay to access it.
I cannot understand how a country that should defend and ensure these rights for the population (with its focus on the poorest part of society) does not intervene directly to try to reformulate this sector. If the cultural sector is a fundamental basis for the development of a country (and consequently of its nation), why does class selectivity still remain an increasingly suffocating reality? Here is my question.
There is no doubt that many things still need to change for Brazilians to have effective access to culture. Not just limited to free events (which, despite being very efficient, almost always do not have the same magnitude as a paid event), but to any and all initiatives that bring a breadth of knowledge and sensations. The essence of all art is to be plural, so access to it should respect the same type of alignment.
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