A blockchain é uma Aldeia Global descentralizada - opiniões de TheSmith, head da equipe LatAm.
Nota da redação - Este texto é uma tradução, portanto, alguns trechos foram adaptados para melhor entendimento na língua portuguesa. Você pode conferir o artigo original aqui.
Quem já teve a oportunidade de participar de um evento dedicado ao desenvolvimento de blockchain, seja uma conferência maior como Bitconf ou eventos menores como HBX e Coinbase pop-up em Nova York, sabe como é emocionante estar pessoalmente com colegas de trabalho. Às vezes, no espaço de desenvolvimento de blockchain, nossos amigos mais próximos podem parecer nada mais do que um pequeno avatar e um pseudônimo no Discord ou Telegram. Quando digo às pessoas que não trabalham no espaço da Web3 que a maioria dos meus colegas de trabalho são totalmente anônimos ou pseudoanônimos, muitas vezes me perguntam: “Como você pode confiar neles? Isso não é um pouco abstrato?” e honestamente, confio em alguns de meus colegas de trabalho e amigos anônimos mais do que em pessoas que conheci nas ruas. A melhor parte é que esse sentimento é replicado de forma onipresente em quase todos os cantos desse ecossistema. Você deve estar se pergunta como podemos fazer isso. A resposta é: construir uma verdadeira Aldeia Global baseada economia permissiva.
O que torna a tecnologia Blockchain e a comunidade ao seu redor tão especial é sua capacidade de eliminar agentes potencialmente corruptíveis por meio de contratos inteligentes; tudo o que podemos fazer é confiar nas pessoas (e revisar os contratos inteligentes). A beleza desse ecossistema, ao contrário das finanças tradicionais, é que eu realmente não preciso saber nada sobre você pessoalmente para confiar em você e, francamente, não é necessário. Tudo o que importa é o código, o trabalho e os contratos para que um relacionamento dê certo nesse espaço. Não acredito nesse discurso de “não confie em ninguém”. Se tem algo que a tecnologia Blockchain me ensinou foi confiar ainda mais nas comunidades e pessoas ao meu redor. Mesmo quando vejo confrontos entre comunidades e projetos enquanto eles se comunicam e tentam descobrir o significa de suas existências, ainda que seja um pouco incontrolável e caótico.
É claro que nós, como uma comunidade mais ampla, encontraremos dores de crescimento e cometeremos erros ao longo do caminho que às vezes podem enfraquecer essa confiança como um todo. No entanto, notei que as pessoas honestas que operam na Web3 procuram resiliência. Mesmo com toda essa turbulência, saímos mais fortes.
Nos últimos dois anos, vários cryptohubs surgiram em todas as partes do mundo. De Denver, Colorado, ao Rio de Janeiro e São Paulo, nossa comunidade esteve presente promovendo as ideias de inclusão em massa e adoção da tecnologia Web3 por meio de DeFi sem fronteiras.
Por mais que gostemos de trabalhar de maneira descentralizada, os eventos centralizados presenciais nos permitem dar vida a essa ideia um tanto abstrata de uma Aldeia Global. Não apenas podemos falar sobre negócios, parcerias e integrações, mas podemos reforçar os valores dentro de nossa Aldeia descentralizada para as novas gerações. Esses eventos presenciais são essenciais para impulsionar positivamente o processo de adoção em massa da tecnologia Blockchain e definir o padrão de como se comportar e interagir nesse espaço. Esses eventos não são organizados por contratos inteligentes, mas por pessoas.
Este elemento de contato humano e humanidade também é necessário para a escalabilidade e sustentabilidade. Afinal, somos todos humanos – não apenas linhas de códigos ou bytes de memória – temos necessidades de interação social e pausas para evitar o esgotamento. Equilibrar a humanidade na tênue linha do desenvolvimento do código imutável sobre as quais nosso ecossistema Web3 é construído é uma tarefa árdua, e os eventos se esforçam para resolver o problema promovendo verdadeiras imersões tecnológicas. A melhor parte desta Aldeia Global descentralizada é ninguém é capaz fazer tudo, e acabamos por nos encontramos mais uma vez confiando em nossos colegas para continuar o trabalho de onde paramos e fazer o que muitas vezes não podemos.