O assunto desse post pode se desenrolar em diversas esferas, incluindo política, mas por ora eu vou me abster de comentar qualquer coisa além das implicações diretas sobre o fato relatado.
Quem me acompanha há mais tempo já deve ter ouvido que uma das poucas coisas que eu faço questão de externar meu ódio é a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na cidade de São Paulo. Eles prestam um serviço péssimo e nos últimos dias voltaram a dar evidências claras de que não tem as condições mínimas para administrar a distribuição de energia elétrica em uma cidade do tamanho de São Paulo.
Na noite de sexta-feira, 11 de Outubro de 2024, uma breve porém intensa tempestade ocasionou múltiplas quedas de árvores e outros tipos de dano que acabaram por interromper o fornecimento de energia elétrica em diversos bairros de São Paulo.
Até aí, nada de muito extraordinário. É um cenário indesejado, sem dúvida, mas relativamente corriqueiro.
O problema é que, na segunda-feira, 14 de Outubro de 2024, o incidente ainda não havia se resolvido completamente.
No momento em que este artigo foi escrito, cerca de 750 mil usuários ainda se encontravam sem energia elétrica em suas casas. Quase 72 horas se passaram e o problema não foi inteiramente resolvido.
Em meados de Novembro de 2023 um incidente muito parecido aconteceu e, naquele caso, a Enel levou quase uma semana inteira pra reestabelecer totalmente o serviço.
Naquela situação eu fui um dos afetados e, quando entrei em contato solicitando uma mais do que justa indenização, me responderam que por se tratar de um evento fora de proporções comuns, a Enel não era obrigada a indenizar nenhum usuário lesado.
Quase um ano se passou e a Enel mostrou que não evoluiu em nada sua prestação de serviço. Me pergunto se terão a ousadia de usar a mesma desculpa novamente, mesmo sabendo que foi um evento muito similar e que ocorreu praticamente na mesma época, com poucas semanas de diferença.
E as coisas só pioram conforme cavamos mais fundo nesse assunto:
Ao que parece, a Enel descumpriu o acordo que fez após o apagão do ano passado, no qual se comprometia a mobilizar 2500 funcionários em caso de crise tendo mobilizado apenas 1700 até o momento da publicação.
Além disso, era simplesmente impossível entrar em contato com a empresa durante as duas crises pois TODOS os canais de comunicação disponibilizados estavam inoperantes.
Imagens de drones flagraram veículos de serviço da Enel parados em pátios da empresa, mesmo a Enel tendo declarado que havia mobilizado todo o efetivo para reestabelecer o serviço.
Eu vi até mesmo relatos de equipes da Enel praticando extorsão contra a população na hora de religar a rede, embora eu confesse que vi estes relatos em comentários de redes sociais e, portanto, não posso confirmar sua veracidade.
Mas o que realmente me deixa mais furioso é que ninguém quer assumir a responsabilidade. A empresa culpa a prefeitura, que culpa o governo estadual, que culpa o governo federal e, no fim, ninguém faz nada.
De qualquer forma, para mim está mais do que claro que essa situação não pode ficar assim. A Enel precisa urgentemente melhorar MUITO seus serviços de prevenção e resposta a crises ou então ser substituída prontamente.
A maior cidade do Brasil não pode ser deixada em mãos tão amadoras.