If there's one thing that has been bothering me lately, it's the fact that the world is becoming increasingly fast-paced and societies in general are persistently trying to convince us to speed up our lives.
The most popular social media platforms promote this through increasingly shorter videos and massive amounts of information that are dumped on us every 15 seconds. Furthermore, the way we communicate has become increasingly absurd: most people don't connect anymore, don't know what it's like to have a good conversation on the phone and spend 30 minutes there telling stories, listening to the other person's stories, or simply talking about how fleeting life is. And if you send an audio message to someone through a messaging app, either they'll never listen to it or they'll listen to the sped-up version for sure.
And if we think about young people who are at most 25 years old, oh, it gets worse! I'm 29 years old, but I feel like my generation is completely different from someone who's 24. Here in Brazil, the feeling I have is that these young people who recently left adolescence are speaking faster and faster. The habits they've acquired from the way they consume content are even influencing the speed of their speech, and that seems a bit insane to me.
Reflecting on these issues, I've decided that I will intentionally seek to do things more slowly and with quality. Of course, in some aspects of life, it's necessary to be productive, especially because if society is behaving this way, not keeping up to a certain point can end up being detrimental to work, for example. However, I'm happy to come to the conclusion that my way of consuming content has become increasingly selective, and I like it because that's when I feel like I still have the magic of enjoyment on my side.
You know when you put on a long movie to watch with an interesting story, and the movie has a lot of dialogue, almost no action, zero things that are implausible? And you sit there watching a nearly 3-hour movie, enjoying every second involved in a new story. Another example is listening to an album of music, listening to all the songs, deciding which ones are your favorites, which ones aren't, getting caught up in the energy that each one provokes. Now, I pause to ask: when was the last time you listened to a full album?
I've also been trying to walk more slowly, breathing deeply frequently like a smoker who lights a cigarette several times a day, and at that moment he relaxes, he appreciates and that moment is everything. That's what I've been doing, stopping several times to breathe, only without a cigarette.
Writing this text today, in a way, I am using the magic of enjoyment. I was away from Hive for 5 months, and this is my second publication since I came back. As I write, I realize how much I missed this, mixing my thoughts and feelings about some aspect of life and expressing it through a post.
I hope that you, who are reading this now, join me and practice the magic of enjoyment. In whatever way you prefer, whether it's watching a long Youtube video that teaches how to make cement jars, listening to a whole album of music, or simply dedicating your time to looking at the stars and counting how many meteors pass in that interval.
It's great to be back. See you next time. @aiuna
Portuguese
Se há algo que tem me incomodado nos últimos tempos, é o fato de como o mundo está acelerado e como as sociedades em geral tentam nos convencer insistentemente a acelerar a vida.
As redes sociais mais famosas que existem promovem isso através de vídeos cada vez mais curtos, informações massivas que são despejadas em nós a cada 15 segundos. Além da forma de se comunicar, que tem ficado cada vez mais absurda; grande parte das pessoas não se liga mais, não sabe mais o que é ter uma boa conversa pelo telefone e passar 30 minutos ali contando histórias, ouvindo as histórias da outra pessoa ou simplesmente conversando sobre o quanto a vida é efêmera. E se você enviar um áudio para alguém por um aplicativo de mensagem, ou a outra pessoa nunca vai ouvir ou com toda certeza, ela irá ouvir o áudio acelerado.
E se pensarmos nos jovens que têm no máximo 25 anos, ah, isso piora muito! Eu tenho 29 anos, mas sinto que a minha geração e a de uma pessoa que tem 24 é completamente diferente. Eu não sei em outros países, mas aqui no Brasil, a sensação que tenho é que essa galera que saiu há pouco tempo da adolescência tem falado cada vez mais rápido. Os hábitos que elas adquiriram da forma como consomem conteúdo estão influenciando até na velocidade da fala, e isso me parece um tanto insano.
Refletindo sobre essas questões, decidi que vou intencionalmente buscar fazer as coisas de forma cada vez mais lenta e com qualidade. Claro que em alguns aspectos da vida é necessário que você seja produtivo, principalmente porque se a sociedade se comporta dessa forma, não acompanhá-la até um certo ponto pode acabar prejudicando você no trabalho, por exemplo. Porém, fico feliz em chegar à conclusão de que minha forma de consumir conteúdo tem sido cada vez mais seletiva, e eu gosto disso porque é quando sinto que ainda tenho a magia do desfrute a meu favor.
Sabe? Quando você coloca um filme longo para assistir com uma história interessante, e o filme tem muitos diálogos, quase nada de ação, zero coisas que não são verossímeis. E você fica ali vendo um filme de quase 3 horas, inteirinho, aproveitando cada segundo envolvido em uma nova história. Outro exemplo é ouvir um álbum de música, ouvir todas as músicas, decidir quais são suas favoritas, quais não são, se envolver na energia que cada uma provoca. Agora, faço uma pausa para perguntar: quando foi a última vez que você ouviu um album inteiro?
Tenho buscado andar mais devagar também, respirar fundo frequentemente como um fumante que acende um cigarro várias vezes por dia e naquele momento ele relaxa, ele aprecia e aquele momento é tudo. É o que tenho feito ao parar várias vezes para respirar, só que sem cigarro.
Até escrever este texto hoje, de certa forma, sou eu utilizando a magia do desfrute. Passei 5 meses longe da Hive, e essa é minha segunda publicação desde que voltei. Percebo enquanto escrevo o quanto estava sentindo falta disso, de mesclar meus pensamentos e sentimentos em relação a algum aspecto da vida, e manifestá-lo através de um post.
Espero que você, que está lendo isso agora, se junte comigo e pratique a magia do desfrute. Da forma que você preferir, é claro, seja vendo um vídeo longo no Youtube que ensina a fazer jarros de cimento, seja ouvindo um álbum de música inteiro, ou simplesmente dedicando seu tempo a olhar as estrelas e contar quantos meteoritos passam naquele intervalo.
É muito bom estar de volta. Até a próxima! @aiuna