Relationships are not easy, regardless of the type; whether with your parents, siblings, spouse, or friends. Everything tends to get complicated in an interpersonal relationship when there's close interaction because, in the end, everyone just wants to feel loved, and the concept of love is not the same for everyone.
Some people define love as something sublime, biblical, a love that endures all things and forgives all. Others see love as something overwhelming, intense, and jealous. And there are also those who believe that love is a choice, a feeling that is built and evolves day by day. However, the fact is that because there are so many ways to see love, people end up staying in toxic relationships, thinking they are being loved.
I remember when I was a teenager, I had a friend who had a boyfriend living near my house. Whenever she went to his house, she would invite me along, and because of that, I became friends with him too. At the time, the three of us were around 16 years old, and even though it was fun to be in their company, I started noticing some odd behaviors.
When you're a teenager, it's normal to share dreams, and since they were close, I shared many of mine with them. On several occasions, the boy would dismiss my goals, mock them, and put me down. It took me about a year of being around them to realize this, and I completely distanced myself. I remember my friend kept inviting me to his house for a long time, but I refused. She even thought I liked the boy, but about ten years later, when we reconnected, I explained everything to her about how toxic I thought he was, and she confirmed that he was indeed like that.
Having had that friendship with *Ricardo made me recognize whenever I was in a toxic friendship. Friends don't belittle your goals; they support you. Those who truly care about you will encourage you. This was something I learned during my teenage years and it still applies to my relationships today.
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I also spent most of my life having a complicated relationship with my mother. Many times, she said things that deeply hurt me. I wished I had the strength and resources to leave home earlier, but I only left at 26 when I got married. However, it is advice I give to anyone in a complicated relationship with their parents: leave home. If you're only getting hurt where you are, it's not worth it. Nowadays, even though my relationship with my mother is much better, I still struggle with the traumas I acquired into adulthood while living with her.
Why did I stay in that situation? Because I thought it was love. But I understood that no matter how much our parents love us, some things they do have nothing to do with love. They have to do with ego, their own traumas, and what they learned to be right, but isn't.
Throughout my life, I've met many people in abusive relationships who stayed because what they had in that relationship was the closest to love and care they'd ever experienced. This is very sad because there are healthy and respectful ways to relate, and these people will probably only realize it when they recognize their suffering and that it's not worth living that way. Usually, therapy helps people see the reality of their situation, but by the time they reach that point, unfortunately, much damage has already been done.
Portuguese
Relacionamentos não são fáceis, independente do tipo; seja com seus pais, seus irmãos, seu cônjuge ou amigos. Tudo tende a se complicar numa relação interpessoal se houver convivência, porque todas as pessoas no fim das contas só querem se sentir amadas, e o conceito de amor não é o mesmo para cada pessoa.
Há pessoas que definem o amor como algo sublime, bíblico, o amor que tudo suporta, que tudo perdoa. Há aqueles que vêem o amor como algo avassalador, intenso e ciumento. E há também quem acredite que o amor é uma escolha, e um sentimento que vai se construindo e evoluindo dia após dias. Porém, o fato é que por haver tantas formas de ver o amor, as pessoas acabam escolhendo ficar em relacionamentos tóxicos, pensando que estão sendo amadas.
Lembro-me de quando era adolescente, eu tinha uma amiga que tinha um namorado que morava perto da minha casa. Sempre que ela ia para a casa dele, ela me chamava para ir lá, e por causa disso me tornei amiga dele também. Na época nós três tínhamos por volta de 16 anos, e por mais que fosse divertido estar na companhia deles, eu fui percebendo atitudes bem esquisitas.
Quando se é adolescente, é normal compartilhar sonhos, e como eles eram próximos eu compartilhava muito os meus, e por diversas vezes, o rapaz rechaçava meus objetivos, zombava e me colocava pra baixo. Levei cerca de um ano convivendo com eles até perceber isso, e me afastei completamente. Lembro que por muito tempo minha amiga continuou me chamando para ir lá, mas eu me recusava, ela chegou a achar que eu gostava do garoto, mas uns 10 anos depois quando nos reaproximamos eu expliquei tudo a ela, do quanto eu achava o cara tóxico, e ela mesmo confirmou que ele era assim mesmo.
Ter tido essa amizade *Ricardo, fez eu notar sempre que estava em alguma amizade tóxica. Pois amigos, não colocam seus objetivos para baixo, eles te apoiam. Quem se importa de verdade com você vai te incentivar. Isso foi algo que aprendi na adolescência e que é útil em minhas relações até hoje.
Também passei a maior parte da minha vida tendo uma relação complicada com minha mãe. Por diversas vezes ela me disse coisas que me machucavam profundamente. Eu queria ter tido forças e recursos para sair de casa mais cedo, mas só saí aos 26 quando me casei. Porém, é um conselho que eu dou a qualquer pessoa que vive um relacionamento complicado com os pais: saia de casa. Se você só se machuca onde está, não vale a pena. Hoje em dia, por mais que a relação com minha mãe seja bem melhor, ainda luto com traumas que adquiri até a vida adulta enquanto convivia com ela.
Porque continuei naquela situação? Porque achava que era amor. Mas entendi que por mais que nossos pais nos amem, tem coisas que eles fazem que não tem nada a ver com amor. Tem a ver com o ego, com os próprios traumas dele, e com o que eles aprenderam que era certo, mas não é.
Ao longo da minha vida já conheci muitas pessoas em relacionamentos abusivos mas que continuavam porque o que elas tinham na relação era o mais próximo de amor e cuidado que já tiveram na vida. Isso é muito triste, porque há formas saudáveis e respeitosas de se relacionar e provavelmente essas pessoas só saberão disso quando se derem conta de que sofrem, e de que não vale a pena viver assim. Normalmente a terapia ajuda as pessoas a verem a realidade de sua situação, mas até chegar a esse ponto, infelizmente, muitos danos já terão sido causados.