Depression is a debilitating illness, one that some people dismiss as "just feeling sad" and that you just need to not feel like that and try to be happier to solve. Those people lack information about mental health and I feel sorry for those close to them that need help and support.
I had a not ideal upbringing filled with abuse of assorted flavors and consequently traumas, that in turn made me aquire a serious personality disorder, one that is complicated and stigmatized. Complicated enough that depression is a symptom of it. Yes, a whole sickness is a symptom. But today we are not focusing on my childhood, family, traumas or borderline. We are talking about depression.
I have had it for over a decade, and I'm almost that amount of time trying to treat it since I was diagnosed with borderline. When a depression is so persistent and constant that it's considered chronic they change its name to dysthymia. And that's how my life feels, a constant unending depression where most days feel meaningless and suicidal thoughts are daily occurrences.
Some seven years ago I lost control of my borderline and entered a very toxic self-destructive spiral, after two failed suicide attempts I got an incredible doctor that was able to diagnose me and refer me to the best psychologist I have ever met (which sadly retired, otherwise I would have continued my treatment with her).
The treatment was really good with helping me to be able to control my impulsivity and many self damaging cope mechanisms and habits but it didn't do much about all the trauma and depression.
The thing that truly helped me and was the beginning of a "healing" journey was finding my husband, he is the main (and practically) only thing keeping me grounded and alive, because I can't entertain the idea of making him sad and of leaving him alone to deal with this mortal plane.
Most of the time I'm feeling empty and kinda unhappy which many people find surprising by how upbeat I appear online, it's a type of "fake it until you make it" and "dress to the job you would like to have" thing. I would love to feel as happy as I appear to be.
But things have been getting progressively better. My husband is able to make me laugh and smile daily and every few weeks or months there is a day where I feel truly happy, which was much rarer in the past.
I try to focus on getting better and not too much about problems, future and capitalism hellscape shenanigans, it's not easy but we are doing one step at a time and it's working. Even though I still have those awful thoughts I haven't self-harmed in years! I have to trust the process and silence the voice in the back of my mind.
This is not easy to talk about, there is always an imp in my head saying that I'm only sharing those things to get attention and sympathy. But the truth is that I would love to just be a functional and happy person without a "tragic backstory" and mental sickness.
Because of this I'm really glad to see initiatives like the #FreeCompliments community volunteers that talk with suicidal people so they can hang in there a little longer until professional help reach them.
Be kind to others, we never know what they might be going through.
Thanks for reading and hope you see a lot of fun and happy stuff today on the internet
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PT/BR
A depressão é uma doença debilitante, que algumas pessoas consideram ser apenas um sentimento de tristeza e que basta não se sentir assim e tentar ser mais feliz para resolver o problema. Essas pessoas não têm informação sobre saúde mental e tenho pena dos que lhes são próximos e que precisam de ajuda e apoio.
Eu tive uma infância e adolescência não ideal, cheia de abusos de vários tipos e, consequentemente, traumas que por sua vez me fizeram adquirir uma transtorno grave da personalidade, que é complicada e estigmatizada. Complicado o suficiente para que a depressão seja um sintoma. Sim, uma doença é um sintoma. Mas hoje não estamos focando na minha infância, família, traumas ou borderline. Estamos falando de depressão.
Tenho-a há mais de uma década e estou a tentar tratá-la desde que fui diagnosticado com borderline. Quando uma depressão é tão persistente e constante que é considerada crónica, mudam o nome para distimia. E é assim que é meu dia-a-dia, uma depressão constante e interminável em que a maior parte dos dias parece não ter sentido e os pensamentos suicidas são uma ocorrência diária.
Há cerca de sete anos, perdi o controle do borderline e entrei numa espiral auto-destrutiva muito tóxica. Depois de duas tentativas de suicídio falhadas, arranjei um médico incrível que conseguiu me diagnosticar e encaminhar para a melhor psicóloga que já conheci (que infelizmente se aposentou, caso contrário teria continuado o meu tratamento com ela).
O tratamento foi muito bom, pois ajudou-me a controlar a minha impulsividade e me deu mecanismos e hábitos pra auxiliar na manutenção do borderline, mas não fez muito em relação a todo o trauma e depressão.
O que realmente me ajudou e foi o início de uma jornada de "cura" foi encontrar o meu marido, ele é a principal (e praticamente) única coisa que me mantém de pé e viva, porque não consigo me imaginar Magoando-o e de deixá-lo sozinho pra no plano terreno
Na maior parte do tempo, sinto-me vazio e um pouco infeliz, o que algumas pessoas acham surpreendente pela forma como pareço otimista na Internet. É uma espécie de "fingir até conseguir" e de "vestir-se para o trabalho que gostaria de ter". Gostaria muito de me sentir tão feliz como tento aparentae ser.
Mas as coisas têm melhorado progressivamente. O meu marido consegue fazer-me rir e sorrir diariamente e, a cada poucas semanas ou meses, há um dia em que me sinto verdadeiramente feliz, o que era muito mais raro no passado.
Tento concentrar-me em melhorar e não pensar muito nos problemas, no futuro e no inferno capitalismo em que vivemos. Não é fácil, mas estamos dando um passo de cada vez e está mostrando resultads. Apesar de ainda ter aqueles pensamentos horríveis, há anos que não me auto-mutilo! Tenho de confiar no processo e silenciar a voz no fundo da minha mente.
Não é fácil falar sobre isto, há sempre um diabinho na minha cabeça dizendo que só estou compartilhando estas coisas para obter atenção e simpatia. Mas a verdade é que eu adoraria ser uma pessoa funcional e feliz sem uma "história trágica" e doença mental.
Por isso, fico muito contente por ver iniciativas como a dos voluntários da comunidade #FreeCompliments, que falam com pessoas suicidas para que possam aguentar-se um pouco mais até receberem ajuda profissional.
Sejam simpáticos com os outros, nunca sabemos pelo que eles podem estar passando.
Obrigado por ler e espero que encontre muitas coisas divertidas e felizes hoje na internet
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