Between Two Worlds: The Struggle for Presence

in #hive-17079822 hours ago

Somehow, I can sense when I’ll have trouble focusing on the present moment. It’s as if an invisible veil is cast over my body, and I start seeing the world through its ethereal fabric. The way the world appears to me is blurred, the sounds indistinct, dissonant. This sensation can last for minutes or seconds. I have to keep brushing the veil aside to listen and communicate with the real world.

That day, however, the sensation lingered long enough for my teacher to notice. I like him—he’s intelligent and funny, but his sarcastic humor can be a bit irritating at times. His smile is both beautiful and unsettling, like those movie villains we aren’t sure are actually villains yet, but we usually suspect them.

Created on Bing IA

He was explaining something when I was caught daydreaming:

“Sorry, Professor, I didn’t understand.”

“Are you okay? You seem like you’re not really here.”

“I am, Professor, just got a bit distracted… Sorry. What was the question?”

“I asked if you could give an example of a dialect at risk of becoming a dead language.”

“Oh, yes… um… Occitan dialect.”

“Very good, thank you.”

After that, he continued with the lesson, and my friend was especially talkative that day. She took every chance during the professor's pauses to chat, but I wasn’t paying attention to anything she was saying. I just saw her mouth moving nonstop and nodded along. The veil was strong, like I was intoxicated by some substance. Looking at my friend, I wanted to truly focus on what she was saying but didn’t notice my professor getting annoyed:

“Tatiana, you’re chatting a lot today, huh? Non-stop. Don’t you get tired?”

The class laughed, including Tatiana. I was still in my state between reality and dream, but at that moment, I managed to hear. Loud noises bring me back, and the class’s laughter was the trigger I needed to spend at least ten minutes in the present, but by bad luck, or maybe because the professor likes me, I got caught daydreaming again.

“Sorry? I didn’t get that.”

“Oh my God, Aiuna! You’re really not on this planet today, huh?”

“Professor, I’m sorry, sorry again, it’s just…”

“You’re flying.”

The whole class laughed, and I felt a bit embarrassed because I don’t like being the main attraction in a theatrical performance. I decided to go to the bathroom to splash water on my face, hoping it would help me focus. Looking in the mirror, I struggled to identify with my own reflection, as if it wasn’t really me standing there. Gradually, I recognized myself, felt the veil lifting, liked what I saw, and decided it was time to ground myself: The professor has already called you out twice, you need to make an effort, I told myself.

Created on Bing IA

I returned to the classroom determined to participate more in the lesson since that’s usually my characteristic, and my professor was probably missing that. Since I wasn’t participating much that day, it made sense for him to ask me questions, and I was ready to change the scenario.

As I re-entered the room, I genuinely tried to focus. The professor was explaining something about the influence of ancient languages on modern ones.

“Aiuna, can you give me an example of how a dead language influenced a current one?” he asked, with that enigmatic smile.

I took a deep breath and concentrated. “Yes, Professor. Latin greatly influenced the Romance languages, such as Portuguese, Spanish, and Italian. For example, many words in Spanish have their roots in Latin, like ‘amigo,’ which comes from ‘amicus.’”

“Excellent, Aiuna. It seems you’ve returned to planet Earth.” He smiled and continued with the lesson. I felt a mix of relief and pride for being able to focus.

In the following minutes, the class flowed better. I managed to follow the discussion about the peculiarities of endangered languages and the importance of preserving them. The conversation intrigued me, and I noticed that the veil was gradually fading.

At the end of the class, the professor asked for a quick chat. “Aiuna, is everything okay? You seemed a bit distant today.”

“Yes, Professor, I just had trouble concentrating, but I’m better now. Thank you for asking.”

“If you ever need to talk or take some time to organize your thoughts, just let me know.”

I thanked him again and left the room. Feeling understood brought me comfort. I decided to spend the rest of the day trying to stay present.

During the lunch break, Tatiana called me to chat. “Aiuna, are you okay? You seemed far away earlier today!”

“Yes, I’m fine. I was just a bit distracted…”

“Good to hear. The professor didn’t leave you alone today, huh? Actually, he didn’t leave any of us alone, hahaha.”

The afternoon passed more lightly. I felt the veil had completely lifted, and I managed to engage in activities without much difficulty. The following classes were about literature, one of my favorite subjects. I actively participated in the discussions and felt connected to the present again.

At the end of the day, on my way home, I reflected on the experience. I realized that moments of disconnection are part of the self-awareness process and recognizing when I’m drifting from reality is the first step to returning to the present.

So, as I walked through the streets at dusk, I decided I wouldn’t fight these moments. They are part of who I am—a mind that travels between realities but always finds its way back. As long as I control the veil, it’s okay to let it linger for a while.

I looked at the sky, where the sun was setting to make way for the night, and felt the serenity that twilight usually brings. I sensed that the next day would be better, and somehow, these daydreaming moments help me better understand myself and reality. I headed home, assured that even if the veil covered me again, I’d have the strength to lift it and live fully in the present.


Portuguese

De alguma forma eu sinto quando terei dificuldades de me concentrar no momento presente. É como se um véu invisível fosse jogado em cima do meu corpo e eu passasse a ver o mundo através de seu técido etério. E a forma como o mundo me parece é embaçado, os sons indefiníveis, destoantes. Essa sensação pode durar minutos ou segundos. E eu tenho que ficar afastando o véu para ouvir e me comunicar com a vida real.

Naquele dia, no entanto, a sensação durou tempo o suficiente para que meu professor percebesse. Eu gosto dele, é um cara inteligente e engraçado, mas tem um humor sarcástico que às vezes é um tanto irritante. Seu sorriso é bonito mas assustador como aqueles vilões de filmes que ainda não temos certeza se são mesmo vilões, mas normalmente é um personagem do qual desconfiamos.

Ele estava explicando algo quando fui pega em meu devaneio:

‘’Desculpa professor, não entendi’’

‘’Tá tudo bem? Você parece que não tá na terra.’’

‘’Tá sim professor, só me distrai um pouco… Desculpe. Qual era a pergunta?’’

‘’Eu perguntei se você pode me dar o exemplo de uma dialeto que corre risco de se tornar uma língua morta.’’

‘’Ah, sim… hm… O dialeto occitano.’’

‘’Muito bem, obrigado’’

Depois disso ele continuou a aula, e minha amiga estava especialmente falante naquele dia. Ela aproveitava qualquer minuto que o professor dava uma pausa, para conversar, mas eu não estava prestando atenção em nada do que ela estava dizendo. Só via a boca dela se mexer sem parar e acenava com a cabeça. O véu estava muito forte, como se eu estivesse embriagada por alguma substância, olhando para minha amiga, eu quis realmente prestar atenção no que ela estava dizendo mas não percebi, meu professor se incomodou:

‘’Tatiana, hoje você tá conversando pra caramba em? A boca não para, você não cansa?’’

A turma riu, inclusive Tatiana, eu ainda estava no meu estado entre o mundo da realidade e do sonho, mas naquele momento consegui ouvir. Barulhos altos me trazem de volta, e a risada da turma foi o gatilho que eu precisava para ter pelo menos 10 minutos vivendo o presente, mas por falta de sorte, ou porque o professor deve gostar muito de mim, fui pega devaneando de novo.

‘’Oi? Não entendi’’

‘’Meu Deus, Aiuna! Hoje você não tá nesse planeta mesmo né?!

‘’Professor, me deculpe, desculpe mais uma vez, é que…

‘’Você está voando’’

A turma inteira ri, eu fico um pouco constrangida, pois não gosto de me sentir como se eu fosse a atração principal de uma peça de teatro. Decido ir ao banheiro para jogar água no rosto pra vê se isso me ajuda a me concentrar. Ao olhar no espelho, me esforço pra me identificar com minha própria imagem, como se não fosse eu quem estivesse realmente ali. Aos poucos me reconheço, sinto que retiro o véu, gosto do que vejo, e decido que é a hora de colocar os dois pés no chão: O professor já chamou sua atenção duas vezes, você precisa se esforçar, digo para mim mesma.

Saio do banheiro decidida a participar mais da aula, pois essa é a minha característica e provavelmente meu professor estava sentindo falta disso. Como eu não estava participando tanto naquele dia, ele decidiu me fazer perguntas, fazia sentido e eu estava disposta a mudar o cenário.

Quando chego na sala tento de verdade focar. O professor está explicando algo sobre a influência das linguagens antigas na formação das modernas.

“Aiuna, pode me dizer um exemplo de como um idioma morto influenciou uma língua atual?”, ele pergunta, com aquele sorriso enigmático.

Respiro fundo e me concentro. “Sim, professor. O latim influenciou muito as línguas românicas, como o português, espanhol e o italiano. Por exemplo, muitas palavras em espanhol têm suas raízes no latim, como ‘amigo’, que vem de ‘amicus’.”

“Excelente, Aiuna. Parece que você voltou para o planeta Terra.” Ele sorri e continua com a aula. Sinto um alívio misturado com um pequeno orgulho por ter conseguido me concentrar.

Nos minutos seguintes, a aula flui melhor. Consigo acompanhar a discussão sobre as peculiaridades das línguas em risco de extinção e a importância de preservá-las. A conversa me interessa e percebo que, aos poucos, o véu está se desvanecendo.

No final da aula, o professor me chama para uma conversa rápida. “Aiuna, está tudo bem com você? Você parecia um pouco distante hoje.”

“Sim, professor, eu apenas tive dificuldade em me concentrar, mas estou melhor agora. Obrigada por perguntar.”

“Se precisar conversar ou de algum tempo para organizar suas ideias, me avise. ‘’

Agradeço novamente e saio da sala. Me sentir compreendida me dá uma sensação de conforto. Decido passar o restante do dia tentando manter minha mente presente.

Na pausa para o almoço, Tatiana me chama para conversar. “Aiuna, está tudo bem? Você estava longe hoje mais cedo!’’

“Sim, está tudo bem. Apenas estava um pouco distraída…’’

“Que bom. O professor não te deixou em paz hoje em? Na verdade, não nos deixou em paz, hahaha’’

A tarde passa de forma mais leve. Sinto que o véu foi completamente levantado, e consigo me envolver nas atividades sem muita dificuldade. As aulas seguintes são sobre literatura, um dos meus temas favoritos. Participo ativamente das discussões e me sinto novamente conectada com o momento presente.

No final do dia, ao voltar para casa, reflito sobre a experiência. Percebo que momentos de desconexão fazem parte do processo de autoconhecimento e que reconhecer quando estou me distanciando da realidade é o primeiro passo para voltar ao presente.

Então, enquanto caminho pelas ruas ao entardecer, decido que não vou lutar contra esses momentos. Eles fazem parte de quem sou, uma mente que viaja entre realidades, mas que sempre encontra o caminho de volta. Desde que eu controle o véu, não tem problema em permiti-lo ficar ali por algum tempo.

Olho para o céu, onde o sol se despede dando lugar à noite, e sinto toda a serenidade que normalmente o crepúsculo me proporciona. Sinto que o dia seguinte será melhor, e que de alguma forma, esses momentos de devaneio me ajudam a compreender melhor a mim mesma e a realidade. Vou para casa com a certeza de que mesmo que o véu volte a me cobrir, sei que terei a força para afastá-lo e viver plenamente o presente.

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Bzzt! Eu entendi ali, @aiuna! O véu invisível do estado de sono é mesmo um pesadelo. Muitas vezes, eu mesma sinto que estou vivendo dois mundos ao mesmo tempo. Algo parece desfocado e obscurecido. Mas, como você, eu também aprendi a arrancar o véu e voltar a vida real! #hivebr

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auto conhecimento é poder, é liberdade, ótimo texto.

Concordo totalmente! E obrigada 🙃

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When we are studying, these moments of disconnection happen very often. Luckily, you managed to recover and pay more attention in class.

Thanks for sharing your experience with us.

Excellent day.

Cuando nos conocemos bien podemos lograr metas y cambios, además el pensamiento antes del lenguaje es la clave del éxito, la relación lenguaje - pensamiento es un dúo dialéctico.