My last big trip was to a place I'll visit again next month: Rio de Janeiro. Rio is a surprisingly beautiful place, but when I traveled there, I didn’t have very high expectations of the city. That’s when Cupid found a way to strike me; I completely fell in love with the city.
The reason I went there was to visit a close friend. She would always come to my state, but that time, I decided to do something different, especially because the plane tickets were very cheap, and my husband and I were on vacation, so four years ago, we went there.
When I arrived, I didn’t imagine that everywhere I looked, I’d see tall and beautiful hills. That was my first impression: a landscape I wasn’t used to. In the Northeast of Brazil, where I live, we don’t have as many hills near the sea. In Rio, it’s completely different; there are so many hills not just near the sea but everywhere you look.
It’s a big city with a lot of people. When I went, it was a time when we were still in the pandemic, but the death rates had decreased. Back then, the hope was that the pandemic was almost over, which was a mistake, as the situation in Brazil worsened later. But when we were there, we didn’t know that would happen. For this reason, even though everyone was wearing masks, the city was packed everywhere: at the beaches, malls, and restaurants. This was something that immediately caught my attention because I kept thinking: My God, we’re just coming out of a pandemic, and yet there are people everywhere!
The city is beautiful and surrounded by nature. The impression I had, as the hopeless romantic that I am, is that the nature there is more alive than in other places, as if the tree-filled parks and the hills somehow spoke. It’s a unique energy that’s hard to explain outside of a fantastical context. On the other hand, despite the exuberant landscapes, many of these hills are home to the famous favelas of Rio, entire neighborhoods where the poorer population lives.
It’s undoubtedly a stark social contrast. On one side, you walk through Rio’s South Zone and see beautiful homes and incredible infrastructure, along with the nature that is part of even the urban environments. On the other side, on top of the hills, you see houses stacked on top of each other, and you can’t help but reflect on how unequal the world is.
In the favelas, insecurity is a common issue. It’s no secret that drug trafficking and militias control much of Rio de Janeiro’s outskirts. It’s sad that such a beautiful city faces such severe security issues. But it’s a reality. One of Brazil’s biggest landmarks has this dark side, unfortunately. And it’s such a deep-rooted and complex issue that no one knows when it will be resolved.
I’m going back to Rio next month because, aside from missing my friend, I also miss the city’s energy. If the first time I went with no expectations, this time I’m going with the certainty of rediscovering a part of myself that I left there.
All photos were taken by me.
Portuguese
Minha última grande viagem foi para o lugar do qual eu voltarei a visitar no mês que vem: Rio de Janeiro. O Rio é um lugar surpreendentemente belo, porém quando eu viajei para lá, não tinha tantas expectativas positivas em relação a cidade, e foi aí onde o cupido achou uma brecha para me acertar; me apaixonei completamente pela cidade.
O motivo pelo qual fui lá, foi para visitar uma grande amiga. Ela sempre vinha até o meu estado, mas daquela vez decidi fazer diferente, principalmente porque as passagens de avião estavam muito baratas, e eu e meu esposo estávamos de férias, então há quatro anos atrás fomos até lá.
Quando cheguei não imaginava que pra todo lugar que eu olhasse veria morros altos e bonitos, o meu primeiro impacto foi justamente esse: uma geografia da qual eu não estava acostumada. Pois, onde moro, no Nordeste do Brasil, não temos tantos morros perto do mar. No Rio isso é completamente diferente, são muitos morros não só perto do mar quanto em qualquer lugar que se olhe.
É uma cidade grande onde tem muita gente, quando eu fui, foi numa época que ainda estávamos em pandemia, mas que os números de morte tinham diminuído, na época a esperança que se tinha é que tava perto de acabar, o que foi um engano, depois a pandemia no Brasil piorou muito, mas quando estávamos lá, ainda não sabíamos que isso iria acontecer. Por esse motivo, mesmo que todos estivessem de máscaras, a cidade estava lotada de gente em todo lugar; nas praias, shopping, restaurantes. Isso foi algo que me chamou atenção de cara, porque eu só pensava: Meu Deus, estamos saindo de uma pandemia e mesmo assim tem gente em todo lugar!
A cidade é linda e cheia de natureza em volta, a impressão que tive como a grande romântica que sou, é que a natureza lá é mais viva do que em outro lugar, como se de alguma forma os parques arborizados e os morros falassem. É uma energia única e difícil de explicar fora do contexto fantástico. Por outro lado, mesmo tendo paisagens exuberantes, em grande parte desses morros existem as famosas favelas cariocas, são cidades inteiras onde a população mais pobre vive.
É sem dúvida um grande contraste social. Se por um lado, você caminha pela zona sul do Rio, e vê belíssimas casas e uma incrível infra estrutura além da própria natureza que compõe mesmo os ambientes urbanos, por outro em cima dos morros, você vê casas uma em cima das outras e reflete o quanto o mundo é desigual.
Nas favelas a insegurança é algo comum, não é segredo que o tráfico e as milícias comandam boa parte da periferia do Rio de Janeiro, é triste que uma cidade como aquela tenha problemas tão graves com segurança. Mas é algo real. Um dos maiores cartões postais do Brasil, tem esse aspecto obscuro, infelizmente. E é uma questão tão problemática e enraizada, que não se tem como saber quando isso será resolvido.
Volto ao Rio mês que vem, porque além de sentir muitas saudades de minha amiga, também sinto saudade da energia da cidade. Se da primeira vez fui sem expectativas nenhuma, desta vou com a certeza de reencontrar uma parte minha que ficou lá quando fui da primeira vez.