I remember a story I heard recently about a former neighbor who was very different from how I remembered her. She was an evangelical woman, married for many years, with a 19-year-old son. This boy grew up with my brother, but at some point in their lives, they stopped being close friends and became mere acquaintances. The fact is, her life changed drastically last year: her husband cheated on her with a friend of hers, left home, and the son followed his father. The woman now lives alone and has become addicted to drugs.
I knew her son had been working a stable job for some time, and I wondered why he abandoned his mother. I remember her being a dedicated mother, and him being a spoiled boy who lacked nothing. However, when his mother needed him most, he fled. She depended entirely on the income of her son and her husband, and now she needs help from others to eat and pay bills. It is indeed a very complicated situation.
I believe that in cases like these, children should help their parents. Letting someone who took care of you your entire life go through hardships just because you disagree with their behavior seems like a small reason when you consider the sacrifices a mother makes for her child, for instance.
I think there are family problems that the family should resolve together, even if they don't get along well. We need to take care of our family, even from a distance. But I emphasize that I think this way when it comes to a family that takes care of each other despite disagreements.
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For most of my life, I had a complicated relationship with my mother, but I can never say she didn't take care of me. Of course, I have some criticisms of the way she chose to raise me and my brother, but I never lacked the essentials. My mother supported me in every moment I needed, and even though she failed in some aspects of our relationship, I would never abandon her and would help her with whatever was necessary.
A few years ago, she broke her foot in a bicycle accident. I was working for a rigid company and had to miss work several times to stay in the hospital with her. Shortly after, I was fired, but I don't regret what I did. My mother needed me, and my job was less important than taking care of her. I could say that at that moment, I paid for her mistake, because although it was an accident, she wasn't cautious, and she spent almost a month in the hospital. After the surgery and when she returned home, I stayed to help for several weeks until she could walk with crutches on her own.
I admit that taking care of her was not easy, nor was losing my job, but I did nothing different from what my mother would have done for me, and this certainty makes me willing to make the necessary sacrifices for her and my father's well-being.
However, there are cases and cases. There are certainly people who never had support from their parents, who were neglected and hurt repeatedly. In such situations, I don't judge someone who doesn't want to go through hard times due to their parents' mistakes and choices. In this case, I think it would not be fair.
Portuguese
Lembro de uma história que ouvi recentemente sobre uma antiga vizinha que estava muito diferente do que eu conhecia. Ela era uma mulher evangélica, casada há muito anos, e tem um filho com 19 anos de idade. Esse rapaz cresceu com o meu irmão, mas em algum momento da vida eles deixaram de ser muito amigos e se tornaram apenas conhecidos. O fato é que a vida dessa mulher mudou drasticamente ano passado: o marido dela a traiu com uma amiga dela, saiu de casa, e o filho seguiu o pai. A mulher ultimamente mora sozinha e se tornou uma viciada em drogas.
Eu sabia que o filho dela já trabalhava num emprego estável há algum tempo, e me perguntei por que ele abandonou a mãe. Lembro dela ser uma mãe dedicada, e dele ter sido um menino mimado do qual nada lhe faltava. Porém, quando a mãe mais precisou, ele fugiu. A mãe dele dependia única e exclusivamente das rendas do filho e do pai, e agora precisa de ajuda de outras pessoas para poder comer e pagar contas. Uma situação de fato muito complicada.
Penso que num caso como esses, os filhos deveriam ajudar os pais. Deixar alguém que cuidou de você a vida inteira passar necessidades por não concordar com o comportamento da pessoa, me parece um motivo pequeno se pensarmos nos sacrifícios que uma mãe faz pelo seu filho por exemplo.
Acho que existem problemas familiares que a família deve resolver juntas, mesmo que não se deem bem. Precisamos cuidar da família, ainda que distantes. Mas, enfatizo, que penso dessa forma quando se trata de uma família que cuida um do outro embora haja desavenças.
Na maior parte da minha vida eu tive uma relação complicada com minha mãe, mas jamais posso dizer que ela não cuidou de mim. Claro que eu tenho algumas críticas sobre a forma que ela escolheu para educar a mim e meu irmão, mas o essencial nunca me faltou. Minha mãe me apoiou em todos os momentos que precisei, e mesmo que ela tenha falhado em algumas coisas na nossa relação, eu jamais abandonaria, e ajudaria ela no que fosse necessário.
Há uns anos atrás ela quebrou o pé num acidente de bicicleta, eu trabalhava para uma empresa pouco flexível, e tive que faltar algumas vezes pra ficar no hospital com ela. Pouco tempo depois eu fui demitida da empresa, mas não me arrependo do que fiz. Minha mãe precisava de mim, e meu emprego era menos importante do que cuidar dela. Eu poderia dizer que naquele momento eu paguei pelo erro dela, pois embora tenha sido um acidente, ela não foi cautelosa, e além disso passou quase um mês no Hospital, e quando fez a cirurgia e voltou para casa, ainda fiquei ajudando por várias semanas até ela conseguir andar de muletas sozinha.
Eu admito que cuidar dela não foi nada fácil, como também não foi fácil perder o emprego, mas eu não fiz nada diferente do que minha mãe teria feito por mim, e essa certeza me faz fazer os sacrifícios que forem necessários para o bem estar dela e do meu pai.
Porém, há casos e casos. Com certeza há pessoas que nunca tiveram apoio dos pais, que foram negligenciados e machucados repetidas vezes, nessas situações, eu não julgo se essa pessoa não quiser passar por momentos ruins por falhas e escolhas dos próprios pais. Nesse caso, penso que não seria justo.
