[EN]
The debate about the effectiveness of electoral systems in representing the will of the people is ongoing and complex. A discussion I had with some friends about the influence of district voting in the United States and the proportional system in Brazil raised some questions for me. What would it be like in Brazil if we had the same American electoral system?
The American system, based on winner-takes-all, prioritizes the victory of the candidate with the most votes in each district, guaranteeing regional representation, but potentially silencing minorities. In key states ("swing states"), individual votes gain weight, while in others, the feeling of irrelevance often leads to abstention (not very different from what also happens in Brazil).
The Brazilian proportional system, on the other hand, despite being theoretically more inclusive, faces challenges such as party dispersion and the difficulty in establishing clear connections between representatives and those they represent. The proliferation of parties and the negotiation of alliances (such as União Brasil, which was the merger of the PSL and the DEM) often leave ideological issues aside, in order to maintain pragmatism as the center.
In the US, political polarization is aggravated by the binary logic of bipartisanship, with Republicans always debating and clashing against Democrats, while in Brazil, party fragmentation can lead to political instability and difficulty in forming a majority of governors. Lula, who has been the symbol of the left for over 30 years, and now with Bolsonaro as the symbol of the right, ends up showing that there is no third way, resembling a dispute like the one in the US.
Then the question arose: what would it be like in Brazil if it were like the US, how many delegates would each state have, and who would have won the 2022 election?
In a quick joke, we put the numbers that we believe are closest to reality and proportionality per voter, and the count would be Jair Bolsonaro with 300 delegates and Luiz Inácio Lula da Silva with 237 delegates, thus changing the current scenario, with Bolsonaro being reelected. See the numbers below:
This would also change the incentives for the dispute. Today, the big fight is for whoever gets the vote in the Northeast and can change an election there. And with the new system, the ball would be in Minas Gerais' court, as a decisive party to win an election.
What about you? Have you ever thought about a different voting system for Brazil? If so, tell me in the comments.
[PT-BR]
O debate sobre a eficácia dos sistemas eleitorais em representar a vontade popular é constante e complexo. Em uma discussão que tive com uns amigos sobre a influência do voto distrital nos Estados Unidos e o sistema proporcional no Brasil me trouxeram algumas dúvidas. Como seria no Brasil se tivessemos o mesmo sistema eleitoral americano?
O sistema americano, baseado no winner-takes-all, privilegia a vitória do candidato mais votado em cada distrito, garantindo a representação regional, mas potencialmente silenciando minorias. Em estados chave ("swing states"), o voto individual ganha peso, enquanto em outros, muitas vezes a sensação de irrelevância leva à abstenção (nada muito diferente do que acontece também no Brasil).
Já o sistema proporcional brasileiro, apesar de teoricamente mais inclusivo, enfrenta desafios como a dispersão partidária e a dificuldade em estabelecer conexões claras entre representantes e representados. A proliferação de partidos e a negociação de alianças (como por exemplo o União Brasil que foi a fusão do PSL com o DEM) muitas vezes deixam a questão ideológica de lado, para manter como centro o pragmatismo.
Nos EUA, a polarização política é agravada pela lógica binária do bipartidarismo, sempre estão debatendo e no embate, os Republicanos, contra os Democratas, enquanto no Brasil, a fragmentação partidária pode levar à instabilidade política e à dificuldade em formar a maioria dos governantes. Lula que é o símbolo da esquerda a mais de 30 anos, e agora com Bolsonaro sendo o símbolo da direita, acaba mostrando que não há uma terceira via, se assemelhando uma disputa como a americana.
Então surgiu a dúvida, como seria se no Brasil fosse como nos EUA, quantos delegados teriam cada estado, e quem teria ganho a eleição de 2022?
Em uma rápida brincadeira colocamos os números que acreditamos estar mais próxima da realidade e da proporcionalidade por eleitor, e a conta ficaria Jair Bolsonaro com 300 delegados e Luiz Inácio Lula da Silva com 237 delegados, assim mudando o cenário atual, com Bolsonaro tendo uma reeleição. Veja os números abaixo:
Dessa forma mudaria também os incentivos para a disputa. Hoje a grande luta é para quem consegue o voto no Nordeste e lá pode mudar uma eleição. E com o novo sistema, a bola da vez seria Minas Gerais, como um partido decisivo para ganhar uma eleição.
E vocês? Já pensaram sobre um sistema de votação diferente para o Brasil? Se sim, me conte nos comentários.
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