Gestão da raiva / Anger management [Pt-En]

in #reflectionlast month

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Recentemente ouvi um podcast onde este tema era discutido. Todos nós, invariavelmente, passamos por situações em que a raiva foi o sentimento dominante num determinado contexto, em resposta algo que o nosso "self" reconheceu como uma agressão.

Até aqui tudo bem, é uma resposta a algo que não estava à nossa "frente", mas que de repente se materializou, ou tomou proporções que não conseguimos gerir.

E então e todos os episódios de raiva que passamos ao longo de uma semana (por exemplo), são apenas isso? Apenas respostas a estímulos que podem por em causa a nossa integridade?

Se fizermos uma análise, rapidamente percebemos que, existem situações que desencadearam uma reposta somática (taquicardia, suores, irritabilidade, hiperventilação, voz elevada, e mesmo agressividade). Nem todas essas situações estão ao nível do que espoletou a resposta, que de certa forma é inusitada.

Uma análise mais profunda, leva-nos a aperceber, que de facto o que aconteceu foi a instalação de uma sensação de impotência, frustração, medo, que ampliada pela nossa mente - passamos o momento pequeno, vezes em vezes sem conta na nossa cabeça e levamos a que se alimente dele mesmo - elevando-o até níveis que não adequados.

Sabemos que não é fácil aceitar que estamos sobre a influência de uma das emoções menos compreensíveis do ser humano. O que poderemos então fazer? No meu entendimento tentarmos abafar essas emoções não é a resposta, pois acaba por ser como tapar uma panela que tem já a água a ferver... Ao não deixarmos escapar um pouco do vapor quente, esse vai acumular-se e aumentar ainda mais a temperatura do ar na parte superior... Se é que me entendem...

Uma das possíveis abordagens é primeiro que tudo identificar a emoção. Dar um nome à emoção que estamos a sentir. Depois temos que para além da anotar, saber que ela faz parte de nós. Não tem que ficar em nós, invariavelmente, nem tem que escalar e continuar a subir de tom ao longo do dia.

Os sentimentos de injustiça são seguramente dos que mais alimentam os medos, receios, e a incompreensão de estarmos sujeitos às condições que nos atacam por todas as partes.

Faz-me lembrar um conto que aprendi numa palestra de uma aula de Catequese, quando eu era mais novo.

Então, diz o conto que certa noite, um avô preocupado com a raiva que seu neto sentia por ter sido injustiçado, e aborda-o da seguinte maneira:
"Meu neto, entendo a sua raiva. Dentro de mim há uma batalha entre dois lobos. Um deles tem os dentes fortes como a raiva, os músculos grandes como o seu orgulho, superioridade, ego, os seus olhos inflamados como a sua cobiça e vontade de destruição. O outro é forte na sua calma, na sua pacificidade, justiça, verdade e clareza", pergunta então o seu neto: "E qual deles é o mais forte, qual vence a batalha?", ao qual sabiamente seu avô responde: "Aquele a quem eu alimento..."

Numa sociedade de metas, de disputas, de aparente disputa por quase tudo... desde a atenção dos outros, poucas coisas dependem verdadeiramente de nós. A raiva desmesurada, não nos ajuda a conseguir o que achamos que temos que ter, ou a eliminar os ataques que achamos que não devemos sofrer... É uma emoção que corroí e que em última análise turva os nossos pensamentos, e não nos deixa ver para além do que está mesmo à nossa frente, a menos de meio metro.

I recently listened to a podcast where this topic was discussed. All of us have invariably experienced situations in which anger was the dominant feeling in a given context, in response to something that our “self” recognized as an aggression.

So far so good, it's a response to something that wasn't in front of us, but which suddenly materialized, or took on proportions that we couldn't manage.

So what about all the episodes of anger we experience over the course of a week (for example), are they just that? Just responses to stimuli that could jeopardize our integrity?

If we make an analysis, we quickly realize that there are situations that trigger a somatic response (tachycardia, sweating, irritability, hyperventilation, raised voice, even aggression). Not all of these situations are at the level of what triggered the response, which is somewhat unusual.

A deeper analysis leads us to realize that, in fact, what happened was the installation of a feeling of powerlessness, frustration and fear, which is amplified by our mind - we play the small moment over and over again in our head and make it feed on itself - raising it to levels that are not appropriate.

We know it's not easy to accept that we're under the influence of one of the least understandable of human emotions. So what can we do? In my opinion, trying to stifle these emotions is not the answer, because it ends up being like covering a pot that is already boiling... If we don't let some of the hot steam escape, it will accumulate and increase the temperature of the air at the top even more... If you know what I mean...

One possible approach is first of all to identify the emotion. Give the emotion we're feeling a name. Then, in addition to writing it down, we have to know that it's part of us. It doesn't have to stay with us invariably, nor does it have to escalate and continue to rise in tone throughout the day.

Feelings of injustice are certainly one of the things that most feed our fears and misunderstandings of being subjected to the conditions that attack us from all sides.

It reminds me of a story I learned in a catechism class when I was younger.

The story goes that one evening, a grandfather, concerned about the anger his grandson felt at having been wronged, approached him as follows:
“My grandson, I understand your anger. Inside me there is a battle between two wolves. One of them has strong teeth like anger, big muscles like your pride, superiority and ego, and fiery eyes like your greed and will to destroy. The other is strong in its calmness, its peacefulness, justice, truth and clarity,” his grandson then asks: ‘And which one is the strongest, which one wins the battle?’, to which his grandfather wisely replies: ”The one I feed...”

In a society of goals, of disputes, of apparent competition for almost everything... from the attention of others, few things really depend on us. Inordinate anger doesn't help us get what we think we should have, or eliminate the attacks we think we shouldn't suffer... It's an emotion that corrodes and ultimately clouds our thoughts, and doesn't let us see beyond what's right in front of us, less than half a meter away.

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Translated with DeepL.com (free version)
Free Image from Pixabay.com

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I really like the grandfather's answer... Many people feed the wrong one (me from time to time 😅)
Have a lovely day

Thank you Heroldius! We all feed the wrong one...from time to time. The important thing to do, it is to realize that in almost every occasions we have always a choice to be made, and that usually we don't "see" it!
Have a great Sunday and a fantastic week!

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